3.2. Identificação da Parada Respiratória
Como já foi descrito na análise primária, o socorrista
deve:
- Estabelecer a inconsciência da vítima. Encontrando-se sozinho, deve
solicitar ajuda ao confirmar que a vítima está inconsciente.
- Posicionar-se de modo adequado e abrir as vias aéreas, optando por um dos
métodos vistos, de acordo com a necessidade.
- Olhar os movimentos do tórax.
- Ouvir os sons da respiração.
- Sentir o ar exalado pela boca e pelo nariz.
- Observar se a pele do rosto está pálida ou azulada.
- Utilizar de três a cinco segundos para se certificar que respira.
3.3. Respiração Boca-a-Boca
Essa técnica é, atualmente, o mais eficiente método de prover
respiração artificial e pode ser realizada por qualquer pessoa, sem qualquer
equipamento especial.
Para prover a respiração artificial o socorrista deve:
- manter as vias aéreas da vítima liberadas, colocando a palma de uma das mãos
na testa da vítima ao mesmo tempo que, com o indicador e o polegar, fecha
completamente o nariz da vítima;
cobrir a boca da vítima com sua própria boca
ventilar a vítima, observando ao mesmo tempo a expansão torácica. Essa
ventilação durará de um a um segundo e meio;
se a primeira tentativa de ventilação falhar, reposicionar a cabeça da
vítima e tentar outra vez;
afastar a boca da boca da vítima e observar a exalação do ar.
repetir a ventilação;
se a vítima não iniciar a ventilação espontânea, checar o pulso carotídeo
para ver se não será necessário iniciar a RCP;
Conforme a GuideLines2005, qualquer respiração artificial, pode ser aplicado em cerca de 1 segundo com
volume suficiente para alcançar elevação visível, para duas respiração inicial.
OBS: Assim que puder atualizarei esta página, ainda traduzindo o texto.
Boca-nariz
Lesões na boca ou na mandíbula podem inviabilizar a respiração
artificial pelo método boca a boca. Neste caso, o socorrista deve optar pela
manobra conhecida como boca-nariz, que consiste em:
- manter as vias aéreas da vítima abertas, exercendo pressão na testa da
vítima com uma das mãos, e, com a outra, pressionando o seu maxilar inferior, de
forma a fechar-lhe a boca;
cubrir com a boca o nariz da vítima;
ventilar durante um a um segundo e meio;
abrir a boca da vítima para auxiliar na exalação.
Boca-máscara
Máscaras faciais são excelentes equipamentos para auxiliar o
socorrista durante uma respiração artificial. Elas permitem reduzir os esforços
para manutenção das vias aéreas abertas e, principalmente, reduzem os problemas
de higiene e contágio de doenças transmissíveis, sempre possível quando do
contato direto pelo método boca-boca.
A máscara facial pode ser utilizada com ou sem emprego da
cânula de Guedel.
Para prover boca-máscara em uma vítima, o socorrista deve:
- Posicionar-se atrás da cabeça da vítima e abrir as suas vias aéreas,
utilizando-se da tríplice manobra. Se necessário, limpar as vias aéreas.
- Colocar o equipamento de tal forma que o ápice da máscara (elas são
triangulares) cubra o nariz da vítima, e a base se posicione entre o lábio
inferior e a ponta do queixo da vítima.
- Segurar a máscara firmemente contra a face da vítima enquanto mantiver as
suas vias aéreas abertas.
Fazer uma ventilação e observar a expansão torácica da vítima.
Afastar a boca do orifício de ventilação da máscara para permitir a exalação
da vítima.
Continuar esse ciclo, efetuando a respiração artificial, de acordo com o
tipo da vítima.
3.4. Obstrução Respiratória
Ao iniciar a manobra de respiração artificial, o socorrista
pode se deparar com uma resistência ao tentar ventilar. Isso significa que, por
qualquer problema, o ar insuflado não está conseguindo chegar aos pulmões da
vítima. Não adianta prosseguir na análise primária, sem antes corrigir e
eliminar a obstrução.
Causas de obstrução respiratória
Há muitos fatores que podem causar obstrução das vias aéreas,
total ou parcialmente. Em nível de suporte básico da vida pode-se atuar e
corrigir as mais comuns, que são:
- obstrução causada pela língua;
- obstrução causada por corpos estranhos.
Sinais de obstrução respiratória parcial
Uma vítima está tendo obstrução parcial das vias aéreas
quando:
- sua respiração é muito dificultosa, com ruídos incomuns;
- embora respire, a cor de sua pele está azulada (cianótica), principalmente
ao redor dos lábios, leito das unhas, lóbulo das orelhas e língua;
- está tossindo.
Nestes casos, a vítima estará consciente e o socorrista apenas
irá encorajá-la a tossir, aguardando que o corpo estranho que vem causando a
obstrução seja expelido.
Obstrução respiratória completa
Obstrução causada pela língua
Em situações em que a vítima se encontre inconsciente, com a
cabeça flexionada para a frente ou com algum objeto, como travesseiro por
exemplo, sob a nuca, é possível que esteja sendo sufocada pela sua própria
língua, que, caindo para trás, vai obstruir a passagem do ar pela garganta.
Em casos como esse, a simples retirada do objeto sob a nuca e a
manobra já descrita de abrir as vias aéreas são suficientes para restabelecer o
fluxo normal da respiração.
Obstrução causada por corpo estranho em vítima
inconsciente
Quando constatada a parada respiratória em uma vítima e o
socorrista, ao iniciar as manobras de ventilação, sentir resistência à livre
circulação do ar, deve repetir a operação de abrir vias aéreas. Se mesmo após
essa segunda tentativa de abrir vias aéreas o socorrista não obtiver sucesso,
significa que a vítima está com uma obstrução respiratória completa, causada por
corpo estranho, como por exemplo: pedaço de alimento, moeda, goma de mascar,
prótese dentária, bala e sangue. Nestes casos, não adianta prosseguir com a
análise primária. O socorrista tem que desobstruir as vias aéreas e restabelecer
a respiração da vítima.
O procedimento adotado pelo APH, em situações como esta, é a
manobra de heimlich para vítimas inconscientes.
Para realizá-la o socorrista deverá:
- Posicionar a vítima em decúbito dorsal.
- Ajoelhar-se ao lado da vítima na altura de suas coxas.
- Colocar a palma de uma das mãos no ponto médio entre o umbigo e a ponta do
osso esterno (apêndice xifóide) da vítima, com os dedos apontando para o queixo
da vítima.
- Colocar a outra mão por sobre a primeira e posicionar os ombros de modo a
coincidir com o abdome da vítima.
- Pressionar com as mãos para baixo e para frente, em direção ao diafragma da
vítima, como se o socorrista estivesse tentando empurrar os ombros da vítima.
- Realizar essas compressões abdominais cinco vezes.
- Procurar retirar o corpo estranho e;
- realizar duas ventilações. Se não obtiver êxito, repetir a manobra de
heimlich.
Obstrução causada por corpo estranho em vítima consciente
Em vítimas conscientes, o alimento é a principal causa de
obstrução das vias aéreas. Quando esse acidente ocorre, a vítima fica muito
nervosa e agitada pela impossibilidade de respirar e caracteristicamente vai
segurar o pescoço e abrir amplamente a boca. Tentará falar e não
conseguirá.
Para constatar essa obstrução o socorrista deve questionar a
vítima: "Você pode respirar?"; "Você pode falar?"; "Você está engasgado?".
Se a vítima confirmar através de movimento afirmativo (como por
exemplo, balançando a cabeça), à última pergunta, o socorrista deve
imediatamente iniciar a manobra de heimlich para vítimas conscientes.
Para realizá-la, o socorrista deverá:
- Posicionar-se atrás da vítima.
- Colocar o cotovelo direito na crista ilíaca direita da vítima e fechar a mão
direita.
- Com a mão esquerda, encontrar a ponta do osso esterno da vítima e colocar a
raiz do polegar da mão direita dois dedos abaixo desse ponto.
- Envolver a mão direita com a mão esquerda.
- Pressionar o abdome da vítima puxando-o para si e para cima cinco vezes.
Essa compressão deve ser suficiente para erguer o calcanhar da vítima do solo.
Observar se a vítima expele o corpo estranho e volta a
respirar normalmente. Em caso de insucesso, repetir a manobra.
- Se a vítima for excessivamente obesa ou gestante, realizar as compressões no
meio do osso esterno.
Se a vítima da obstrução for a própria pessoa a fazer a
manobra, deve utilizar-se do espaldar de uma cadeira.
OBS. Deve-se tomar cuidado ao posicionar o braço ao redor da
cintura da vítima para não ocasionar fratura de costela.
Manobra de Heimlich em bebês
O método de desobstrução respiratória por corpo estranho em
adultos e crianças não é o mesmo para bebês.
Para realizar a manobra de Heimlich em bebês, o socorrista
deverá, após falhar a segunda tentativa de ventilação:
- Segurar o bebê com um dos braços, deixando as costas do pequeno voltadas
para cima e a cabeça mais baixa que o tronco.
Dar cinco pancadas com a palma da outra mão entre a
omoplata do bebê.
- Girar o bebê de modo que ele fique de frente, ainda mantendo a cabeça mais
baixa do que o tronco, e efetuar cinco compressões torácicas através da pressão
dos dedos indicador e médio sobre o osso esterno. O ponto ideal para realizar a
compressão é obtido colocando-se a ponta dos dedos cerca de um centímetro abaixo
da intersecção entre o esterno e a linha
imaginária que liga os dois mamilos.
- Colocar o bebê em uma superfície plana e tentar retirar o corpo estranho,
utilizando-se do dedo mínimo.
- Proceder a duas ventilações. Em caso de insucesso, repetir toda
a seqüência.
OBS. Não explorar cegamente as vias aéreas de bebês e crianças,
pois existe o risco de empurrar o corpo estranho mais profundamente. Deve-se
olhar atentamente o interior da boca da vítima, antes de tentar segurar e
retirar o objeto que está causando a
asfixia.